E a hora de sair a dois chegou! E até que chegou rápido... Que ansiedade!!!
"Montamos o acampamento" mais uma vez: roupas apropriadas, muda de roupa para depois, salva-vidas, boné, filtro solar, sapatinhos de Marseille, tudo!
Parada na Regata para comprar alguns pequenos acessórios dessa vez - estou começando a desconfiar que velejar custa... Mas vale a pena!
Chegamos no Clube: dia lindo, calorão, vento noroeste (estou aprendendo os ventos também) e muitos barcos na água!
Lavamos o barco (agora tinha a minha mão na limpeza) e deixamos ele um brinco! De dar orgulho!
Não pense você que é uma mangueirada e pronto: isso leva produtos super especiais para barcos e horas de dedicação...
Menu do dia para o almoço: "Prato Velejador" - arroz, feijão, salada, bife e batata frita.
Será que exageramos?! Preferi garantir meu bem estar e a alegria do passeio com um chiclete de menta no final!
Todos a postos e... água!!!
Primeira parte, sucesso e nota 10: ajudar o parceiro e levar o barco para a rampa, subir no barco um pouco antes de chegar na água e colocar a bolina (é uma espécie de "quilha", que é móvel no Snipe) no lugar e fazer um bom lais de guia.
Vento de popa, bolina e velas no lugar. Tudo perfeito!
Pra falar a verdade, o vento Noroeste não é exatamente estável, mas foi tudo muito bem!
Demos 2 Jibes* quase perfeitos.
*Jibe é a manobra que se faz quando o barco está a favor do vento.
Consiste "operacionalmente" em: alinhar o pau de spinnaker com a retranca, soltar o cabo do pau e colocar ele pra fora, mudar de lado no barco, puxar a retranca (cuidado para não levar retrancada na cabeça!), caçar o cabo do pau e deixar ele sair para o outro lado.
O plano era dar a volta na Ilha dos Eucaliptos e para lá seguimos!
Na reta para alcançar a Ilha, o vento estava de través (90º em relação ao barco) e ficou tão forte, mas tão forte, que o barco adernou completamente - e dá-lhe escora (significa colocar o corpo todo pra fora do barco, ficar pendurada!!!)!
Começamos a planar e me senti em um Jet-Ski em velocidade, mas em um Barco Viking em altura... Euforia, alegria, adrenalina, vento no rosto, água para todo lado!!
Ventos, rajadas, escora e técnicas à parte, a paisagem da Ilha dos Eucaliptos é simplesmente linda. Um lugar silencioso no meio de São Paulo. Uma "praia-campo", astral e visual agrestes. Urubus voando. Lindo.
No caminho de volta, agora vento contra e muitas oscilações: fraco, forte, fraco, forte... Caça a escota!!!!
Demos ótimos bordos*, vento animado e movimento radical!
*Bordo é a manobra que se faz quando velejamos contra o vento e consiste "operacionalmente" em soltar a escota, mudar de lado no barco e caçar a outra escota até ver que a buja está em posição certa (para facilitar, já temos uma marquinha feita no costado do barco, ufa...!).
Na reta - ou melhor, na curva - final, acompanhando o Campeonato de Microtoner que estava acontecendo na Represa, fomos dar um dos últimos bordos.
- Prepara: bordo!!
Lá fui eu, linda, formosa e totalmente desesperada para dar o bordo e sair de perto daqueles vários barcos em Regata... Entrou uma rajada de vento, esqueci de soltar a escota, dei o bordo e fui tentar caçar a outra escota e, lógico, não funcionou, a buja inflou pro lado errado e... capotamos!!!!!!!!
O Andreas se jogou rapidamente para o casco do barco e eu para a água.
Ele pegou na bolina e endireitou o barco para o lugar de volta - é importante a bolina estar muito bem presa, para além de não afundar na água, ajudar a desvirar o barco. Pelo menos isso eu fiz bem naquele dia!!
Enquanto isso, eu fiquei na água, junto com as algas da Represa (até que foi bem refrescante) e só senti um pé do meu sapatinho de Marseille afundar... O Andreas me puxou (é óbvio que não dá pra subir no barco sozinha) e voltei para o meu posto, agora de uma "Proeira Saci".
Foi um misto de refrescância, desmistificação dessa história de capotar e frustração por não ter conseguido fazer este bordo.
O Andreas foi um verdadeiro gentleman e parceiro.
Salve meu Timoneiro!
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